Inversão de Vestígios Papiloscópicos: Detecção, Análise e Comparação

Autores

  • Nilton Cláudio de Oliveira Instituto de Identificação, Polícia Civil do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil
  • Jemima de Jesus Santos
  • Rafael Perseghini Del Sarto Instituto de Identificação, Polícia Civil do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.17063/bjfs12(1)y202286-104

Palavras-chave:

Vestígio de Impressão papiloscópica, Impressão latente, Inversão, Identificação humana

Resumo

Em locais de crimes os vestígios de impressões papiloscópicas (VIPs) ou impressões latentes são as evidências recorrentemente encontradas e utilizadas para a identificação humana. A sua obtenção e uso em identificação de pessoas depende de fatores como os mecanismos intrínsecos do toque na superfície primária, as características do doador, as variáveis ambientais e os métodos de revelação, que em conjunto ou isoladamente afetam a sua qualidade. Neste contexto pode ocorrer a inversão do VIP. Este fenômeno é discutido internacionalmente sendo citado como “reverse color”, “color reversal” e “tonal reversal”.  A inversão é observada há tempo significativo pelos papiloscopistas policiais, peritos em identificação humana, do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal (II/PCDF) durante as perícias de identificação papiloscópica realizadas com os vestígios coletados em diversos tipos de local de crime. No entanto, há escassa literatura científica sobre esse assunto no Brasil e no cenário internacional. Nesse sentido, foi avaliado e discutido o fenômeno da inversão de VIPs em seis (6) casos criminais diferentes com o objetivo de destacar a sua ocorrência em cenas de crime no Distrito Federal, descrever suas características, seu uso para a determinação da autoria delitiva, bem como, o principal impacto negativo do seu desconhecimento na área forense. Após análises dos VIPs invertidos foi possível concluir que os seus principais elementos são: a proporção entre linha e sulco, a presença de pseudoporos, efeito de profundidade indicando remoção de material, coloração diferenciada, background de revelador, inversões morfológicas de pontos característicos, mudança na subclassificação papiloscópica, pontuação de AFIS incompatível com o mapa de minúcias. A partir dos dados deste trabalho destaca-se que o principal impacto negativo do desconhecimento da inversão por parte do especialista é a possibilidade de falsa exclusão, onde o possível autor do crime não será identificado.

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Publicado

2022-12-26

Como Citar

de Oliveira, N. C., de Jesus Santos, J., & Perseghini Del Sarto, R. (2022). Inversão de Vestígios Papiloscópicos: Detecção, Análise e Comparação. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 12(1), 86–104. https://doi.org/10.17063/bjfs12(1)y202286-104

Edição

Seção

Estudo de Caso