Um Diferenciação de Lesão Traumática Óssea e Forame Esternal: Relato de Caso

Autores

  • Amanda Pereira Ferraz Universidade Federal da Paraíba, Faculdade de Odontologia, João Pessoa, PB, Brasil
  • Anderson Nóbrega dos Santos Universidade Federal da Paraíba, Faculdade de Odontologia, João Pessoa, PB, Brasil
  • Antônio Veloso Correia Neto Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, João Pessoa, PB, Brasil
  • Carolina Lucena Veloso Gusmão Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, João Pessoa, PB, Brasil
  • Maria do Socorro Dantas de Araújo Instituto de Polícia Científica, Núcleo de Medicina e Odontologia Legal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil
  • Bianca Marques Santiago Instituto de Polícia Científica, Núcleo de Medicina e Odontologia Legal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.17063/bjfs12(4)y2025371-382

Palavras-chave:

Antropologia Forense, Variação Anatômica, Esterno, Anatomia

Resumo

A antropologia forense é definida como o estudo e análise de remanescentes ósseo humano com finalidade de obter respostas no contexto médico-legal. Este trabalho objetivou demonstrar a importância do conhecimento das variações anatômicas do esterno no diagnóstico diferencial de lesões traumáticas produzidas por instrumento perfurocontundente, descrevendo um relato de caso pericial. Em 2022, o setor de Antropologia Forense do NUMOL/IPCB/PB recebeu um corpo em avançado estado de decomposição. Após o procedimento de limpeza, foi encontrado junto à ossada um projetil de arma de fogo (PAF) e observadas lesões circulares/ovalares no crânio, mandíbula, escápula e esterno. Este último apresentou 3 orifícios transfixantes, de formato e tamanho semelhantes, sendo necessário a expertise pericial para diferenciá-los e entender a dinâmica do crime. Um dos orificios estava localizado no processo xifóide, com bordas regulares, característico do forame esternal, classificado como uma variação congênita. Já os demais orifícios apresentavam bordas irregulares e características referentes a orifícios de saída e entrada de PAF. A utilização associada da antroposcopia e antropometria é fundamental para caracterização de variações anatômicas como o forame esternal, em diferenciação com lesões traumáticas ou condições patológicas, investir em novas tecnologias para diferenciar estas lesões pode auxiliar no trabalho pericial.

Referências

Blau S, Briggs C. The role of forensic anthropology in Disaster Victim Identification (DVI). Forensic Sci. Int. 2010; 205(1):29-35. https://doi.org/10.1016/j.forsciint.2010.07.038

Cunha E. Considerações sobre a antropologia forense na atualidade. Rev Bras Odontol Leg RBOL. 2017; 4(2):110-7. https://doi.org/10.21117/rbol.v4i2.133

Cunha E, Pinheiro J. A linguagem das fracturas: a perspectiva da Antropologia Forense. Antrop Port. 2006;22-23:223-243. Disponível em: https://hdl.handle.net/10316/13737. Acesso em: 05/022025.

Gomes SL, Cardozo AFC, Cavalcante DFB, Daruge Júnior E, Ulbricht V, Pereira Neto JS, et al. Determinação de sexo por meio de medidas lineares e áreas do crânio de adultos brasileiros. Rev Bras Odontol Leg RBOL. 2020;7(3):87-96.

https://doi.org/10.21117/rbol-v7n32020-322

Mane DR, Kale AD, Bhai MB, Hallikerimath S. Anthropometric and anthroposcopic analysis of different shapes of faces in group of Indian population: a pilot study. J Forensic Leg Med. 2010; 17(8):421-5. https://doi.org/10.1016/j.jflm.2010.09.001

Arruda GHM, Morisson ALC. Exames de reconhecimento facial na Polícia Federal. In: Conferência Internacional de Ciências Forenses em Multimídia e Segurança Eletrônica; 2012; Brasília, DF. p. 78-85.

Freire S, Dunford A. Reliability Study of Methods for Scoring a Non-Metric Human Osteological Trait. Journal of Collegiate Anthropology. 2012;4(1):173-91. Disponível em: https://core.ac.uk/reader/346347900

Silva CRX da, Soriano EP, Pereira EA, Carvalho MVD de. Avaliação morfométrica de esterno pertencentes a esqueletos humanos brasileiros identificados / Avaliação morfométrica de ossos do esterno pertencentes a esqueletos humanos brasileiros identificados. Braz. J. Desenvolver. 2021;7(8):81040-54. https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-359

Cunha E. Pathology as a factor of personal identity in forensic anthropology. In: Schmitt A, Cunha E, Pinheiro J, editors. Forensic anthropology and medicine. Totowa, NJ: Humana Press; 2006. p. 333-58. https://doi.org/10.1007/978-1-59745-099-7_14

Barnes E. Developmental Defects of the Axial Skeleton in Paleopathology. Niwot, University Press of Colorado.1994.

Saccheri P, Sabbadini G, Toso F, Travan L. A keyhole-shaped sternal defect in an ancient human skeleton. Surg Radiol Anat. 2012;34:965-8. https://doi.org/10.1007/s00276-012-0963-6

McCormick WF. Sternal foramen in man. Am J Forensic Med Pathol. 1981;2(3):249-52.

https://doi.org/10.1097/00000433-198109000-00011

Fokin A, Steuerwald N, Ahrens W, Allen K. Anatomical, Histologic, and Genetic Characteristics of Congenital Chest Wall Deformities. Semin Thorac Cardiovasc Surg. 2009;21(1):44-57. https://doi.org/10.1053/j.semtcvs.2009.03.001

Verna E, Piercechi-Marti M, Chaumoitre K, Bartoli C, Leonetti G, Adalian P. Discrete traits of the sternum and ribs: a useful contribution to identification in forensic anthroplogy and medicine. J Forensic Sci. 2013;58(3):571-7. https://doi.org/10.1111/1556-4029.12111

Choi PJ, Iwanaga J, Tubbs RS. A comprehensive review of the sternal foramina and its clinical significance. Cureus. 2017;9(12):e1929. https://doi.org/10.7759/cureus.1929

Yekeler E, Tunaci M, Tunaci A, Dursun M, Acunas G. Frequency of sternal variations and anomalies evaluated by MDCT. AJR. 2006;186(4):956-60. https://doi.org/10.2214/AJR.04.1779

Moore KL, Dalley AF, AGUR AMR. Anatomia orientada para a clínica. 7. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014, 1114 p. ISBN: 978-85-277-2517-0.

Tortora GJ, Derrickson B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016.

Dangelo JG, Fattini CC. Anatomia sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu; 2007.

Rebelo ACS, Mata JR da, Mata FR da, et al. Prevalência e caracterização de forame no osso esterno humano. Rev UFG. 2017;15(15):114-22.

Cooper PD, Stewart JH, McCormick WF. Desenvolvimento e Morfologia do Forame Esternal. Am J Forensic Medi Pathol. 1988; 9(4):342-7. https://doi.org/10.1097/00000433-198812000-00016

Torres IP, Souza FdeO, Neta EPA, et al. Presença de forame esternal em esqueleto seco de adulto: relato de casos. Editora Científica Digital. 2022;1:204-12. https://doi.org/10.37885/220107415

Bordoni LS, et al. Proposta de Estimativa do Perfil Biológico pela Análise do Esterno. BJFS. 2021;10(4):594-615. https://doi.org/10.17063/bjfs10(4)y2021594-615

Costa Filho PEG. Medicina Legal e Criminalística. 2. ed. Brasília: Alumnus; 2015. 292 p.

Vanrell JP. Odontologia legal e antropologia forense. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2022. 512 p.

Downloads

Publicado

2025-03-31

Como Citar

Pereira Ferraz, A., Nóbrega dos Santos, A., Correia Neto, A. V., Veloso Gusmão, C. L., do Socorro Dantas de Araújo, M., & Marques Santiago, B. (2025). Um Diferenciação de Lesão Traumática Óssea e Forame Esternal: Relato de Caso. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 12(4), 371–382. https://doi.org/10.17063/bjfs12(4)y2025371-382

Edição

Seção

Estudo de Caso